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Um dia com a Fresno

tt: Tem um monte de gente lá fora, desesperada pra ver a Fresno. E isso sempre acontece nos shows, vocês já estão acostumados. Durante a adolescência, vocês tinham ídolos pelos quais ficavam tão histéricos como os fãs aí de fora?

 

Tavares: “Eu gostava de muita gente, Cidadão Kane, Keane… Eu não morria, mas sempre tinha gente que eu gostava muito, ia à shows…”

 

Lucas: “Mas é muito boa sua pergunta, porque você diz que a gente está acostumado, mas na verdade a gente não está acostumado. Uma pessoa ali se descabelando por mim, é meio, tipo… É que na verdade eu consigo separar muito bem a impressão que o fã tem de mim da impressão que eu tenho. Tá, ele se descabela pelo cara da Fresno, que, de repente, para um certo público é uma cara ‘descabelável’, mas tem gente, artista, que acredita demais nisso…”

 

tt: É estranho, então, de certa forma?

 

Lucas: “É bem estranho!”

 

Tavares: “Tem muita situação em que você pensa: ‘como assim?’, ‘por que estar tão desesperado?’. Tem fã que a gente conhece há muito tempo, encontra na rua e conversa e tal e às vezes essa pessoa ficou lá seia horas pra tocar na nossa mão. É bizarro!”

 

Vavo: “Eu vou dizer, eu nunca pulei e me descabelei por ninguém, mas esse domingo eu encontrei uma banda que eu sou superfã e eu encontrei o cara domingo e nem cheguei perto dele. Mas eu acho que é uma reação meio automática, tipo, você está no estádio, sai o gol, você pula e levanta o braço. Não faz sentido, mas é automático.”

 

Tavares: “Eu não consigo entender como ao me ver alguém fica tão desesperado. Eu entendo que façam isso por eles, pelo Lucas, Bell e Vavo, mas por mim? Acho que eles (os outros caras da banda) também pensam assim…”

 

Bell: “Eu me identifico muito com esse fã que entra no camarim e ele está tremendo tanto que ele não consegue nem bater a foto, porque eu não ia nem pedir pra bater a foto na época do ídolo que eu tinha, os bateristas e tal, mas eu me lembro do coração batendo e você fica sem reação…”

 

Lucas: “Eu entendo a tremedeira, ok, mas eu fico abismado, às vezes, com com: ‘cara você é de verdade?’ Nãooo!”

 

Tavares: “Mas tipo a gente gravou com o Keane e não conseguiu bater uma foto com os caras. E a gente queria muito! E a gente entrevistou eles, ficamos com eles…”

 

Lucas: “Agora eu vou falar Tavares, tu tava nervoso!”

 

Tavares: “Claro que eu tava! Muito!”

 

Não perca!

 O Boombox no Estúdio com a Fresno estreia na sexta feira, dia 5, às 21h. Com reapresentações no sábado, dia 6, às 18h, no domingo, dia 14, às 17h, e na terça, dia 16, às 22h, no canal pago Boomerang. Perfeitooo!

 

tt: Mas hoje, existiria algum artista que faria vocês dormirem na fila, para assistir ao show?

Lucas: “Michael Jackson. Ele tá fazendo seus últimos shows, logo vai se aposentar e daí é de se pensar, não que eu vá porque eu não vou ter dinheiro mas…”

Bell: “Tem certeza: ‘dormir na fila?’, dá uma pensadinha?”

Lucas: “Ah, não dormir na fila, mas pegar o avião aqui em Congonhas e ir até Londres, enfrentar o maior perrengue pra ver o cara…”

Tavares: “Eu dormiria na fila pra ver o Paul McCartney. Vocês não dormiriam na fila pra ver o show do último Beatle legal?”

Vavo: “Ah, o Ringo é legal!”

 

tt: Nos shows de vocês, qual a música que cada um mais gosta de tocar?

Vavo: “Eu diria que para mim, é meio por fase, normalmente são as músicas mais recentes, não sei se por estar tocando as outras há tanto tempo, mas curto as novidades.”

Bell: “Pra mim atualmente, mudou porque ela entrou agora no show, mas é Impossibilidades.”

Lucas: “Eu gosto de tocar Impossibilidades porque é novo pra mim, em cada show eu meio que faço alguma coisa, porque eu ainda estou descobrindo como tocá-la.”

 

tt: A gente recebe muitas cartas de meninas que sonham em montar um banda. Qual a dica de vocês para essas garotas?

Tavares: “Gurias, antes de qualquer coisa, vamos aprender a tocar.”

Lucas: “Não, porque elas vêem o Paramore que tem no vocal uma guria, mas é uma menina que canta muuuito.”

Bell: “E, por exemplo, a gente tem uma banda, mas não é porque a gente acha legal e ‘vamos ter uma banda’. É porque cada um tem um dom e cada um nasceu pra fazer o que faz.”

Lucas: “E cada um de nós gosta de tocar nem que seja sozinho. Às vezes o cara quer tocar porque sempre quis ter uma banda… Não! A banda é conseqüência de querer tocar.”

Bell: “Mesmo que não fizesse sucesso a gente ia continuar tocando. Tem gente que quer ter só o status da banda, não gosta de tocar.”

Tavares: “Tem que estudar muito, tocar bem e depois pensar em ter uma banda. É uma dica não só pra meninas, mas pra todo mundo que sonha em tocar.”

Vavo: “É, as dicas que a gente deu foram gerais, não só pras meninas!”

Tavares: “Inclusive eu achei bem legal que as meninas do Lipstick se conheceram em uma escola de música…”

Lucas: “Eu vou te dizer, quando é banda de menina principalmente, as pessoas, ao mesmo tempo que acham bonitinho e legal, mostram uma cobrança muito maior do que em uma banda de cara. Tem banda de cara que mesmo que não toque nada tem uma certa atitude, um visual legal, mas banda de mina tem uma cobrança, um preconceito talvez, maior.”

 

tt: Agora que vocês alcançaram a fama, o que acham mais chato e mais legal na nesta rotina?

Tavares: “Eu acho que o mais legal pra mim, atualmente, é viajar. A gente conheceu um monte de lugares.”

Lucas: “Viajar, viver do que tu gosta e as facilidades. Hoje um amigo seu das antigas chega e diz ‘aí, mas tu tem comida no camarim?’. Porque antes isso não acontecia, era um luxo, né!”

Bell: “Pra mim o mais legal é tocar, lógico e o menos legal foi tipo, ontem os nossos seguranças chegaram e falaram pra darmos uma segurada nas festas, porque não podemos sair tanto assim. É uma limitação que já me incomoda.”

Tavares: “Você é uma pessoa pública e as pessoas se acham no direito de chegar e falar: ‘olha, eu acho de ti isso, isso e isso’. Que se dane, sabe… E rola isso e tu não pode responder!”

Vavo: “Tu ouve desde: ‘legal o CD de vocês, ouvi gosto de tal e tal música’. Até o cara que chega e diz: ‘odeio o som de vocês, tu é um trouxa’.”

Tavares: “Na verdade isso é agressão gratuita porque quem não gosta não fala. Pra quem não gosta é indiferente.”

Bell: “Porque tem muito cara que tá de cara. É muita mulherada em cima e isso irrita muito quem tá de fora.”

Lucas: “O cara tá louco pra te tirar do sério, ele quer ver você xingar pra rir da sua cara. Então, ou fica quieto ou mata.” (risos)

Vavo: “Por enquanto, a gente só pode ficar quieto.”

Lucas: “É porque matar não pode no Brasil. Mas a gente tá pensando em mudar pra Serra Leona onde dizem que rola.” (risos)

 

tt: Antes de subir no palco, o que cada um de vocês mais gosta de fazer?

Bell: “Eu alongo e aqueço.”

Lucas: “Acho que o que une assim todo mundo é ficar quieto um pouco.”

Tavares: “Não tem muito o que fazer, é mais ficar frio, cada um fica num canto, meio que na sua parede assim…”

Vavo: “A concentração é isso aí, ficar meio quieto, conversar um pouco…”

Tavares: “É porque a gente não tem muito tempo pra falar sério, a gente fica falando tanta besteira… E é sério, nossa vida gira em torno de falar muita besteira. Então, antes dos shows, uns 10 minutos antes, a gente começa a falar sério.”

Vavo: “Mas só uns 1
0 minutos antes do show!”

 

tt: E quais as novidades do novo CD que vocês podem nos adiantar?

Tavares: “Dá pra adiantar que as músicas estão todas prontas, escritas pelo menos, tem repertório e a gente vai começar a ensair agora.”

Vavo: “Meio que o pré-combinado é começar a gravar agora no meio ano.”

Tavares: “O plano é gravar em junho, julho.”

Lucas: “E tem também o DVD que vai saiu agora em maio, que é um DVD que conta um pouco do nosso momento agora. Ilustrado com a gente tocando…”

Vavo: “Cujo nome é…”

Lucas: “… do Outro Lado da Porta. É um DVD que fala sobre esse momento que a gente esta vivendo aqui em SP, tocando, que é um momento especial. E aí a gente fez esse DVD também pra servir como uma entressafra do disco, quanto mais produto a gente tiver melhor. E a gente acha que também não é a hora de fazer um mega ultra DVD Live at Wembley. E a gente fez esse DVD que é meio que como uma apresentação da banda pra esse público que só comece meia música, uma música, sabe, que conhece pouca coisa e agora vai conhecer mais, pode ver a nossa cara, ver a gente tocando de verdade, falando coisa que a gente não fala muito em entrevista, perguntas que a gente fez pra nós mesmos.”

 

tt: E como um documentário?

Vavo: “É a gente vem chamando de documentário.”

Tavares: “Porque mostra muito também da banda tocando sozinha. Mostra como funciona os quatro, fechados, tocando. Acho que esse é o grande barato do DVD. Foi uma ideia muito feliz do diretor, ele foi muito feliz em captar momentos que a gente tá querendo mostrar agora, não se baseia muito no passado da banda, o que a gente fez, o que a gente fazia… Mostra quem é o Bell agora, o Vavo, Lucas, Tavares. E acho que o áudio também está incrível. Vai ser um grande DVD e a gente está feliz com ele. E do próximo disco um passo falar que a gente tá com raiva.”

Vavo: “Tá malvado! Malvadeza é a palavra que a gente mais usa!”

Tavares: “É tá com raiva mesmo!”

Lucas: “Queremos músicas diferentes, né? Na estrada a gente desenvolve formas de tocar juntos! A gente tá com o Bell agora, esse guri é nossa solução!”

Tavares: “A ideia é sempre surpreender. Não fazer a galera esperar alguma coisa e dar exatamente isso. Se não gostar, não gostou. Mas eu acho que a maioria vai gostar e mesmo quem não gostava pode curtir. A intenção é mudar!”

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Texto: Thaís Coimbra
Fotos: Reinaldo Marques/Divulgação/Studio 3x

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