Anitta está apresentando um novo programa no canal Multishow com o seu próprio nome, o Anitta Entrou no Grupo. Mas na última segunda-feira (9), a cantora acabou dando uma bola fora ao fazer um comentário preconceituoso sobre doença grave, a hanseníase.
Ao receber a dupla sertaneja Maiara & Maraísa, convidadas do programa, Anitta disse: “Eu queria dizer que minhas amigas são muito amigas mesmo. Para esse programa, eu só convido gente que eu amo, não convido gente hanseníase“.
Veja o vídeo do momento em que Anitta faz comentário preconceituoso sobre doença grave:
Logo depois da sua fala no programa, muitas críticas começaram a ser feitas à fala da cantora. Isso porque a cantora ofendeu as pessoas que sofrem de hanseníase, uma doença grave que afeta principalmente a pele, através de lesões. Trata-se de uma infecção crônica que causa danos aos nervos, mas que atualmente já tem tratamento, através do qual a doença deixa de ser transmissível, o que antes gerava a segregação dos doentes.
O grande problema é que, através de sua fala, Anitta acabou reforçando preconceitos sobre as pessoas que sofrem de hanseníase, o que não foi nada legal, né? O comentário preconceituoso sobre doença grave da cantora ajudou a, não só reforçar estereótipos e a desinformação sobre a doença, como fazer com que os portadores da doença sejam ainda mais discriminados.
Por conta disso, o Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas Pela Hanseníase (Morhan) pediu uma retratação pública da cantora. “Anitta fez uma declaração lamentável, tentando ‘causar’ reafirmando um preconceito infundado contra pessoas atingidas pela doença. Anitta não sabe, porque o desconhecimento de fato é o principal obstáculo à superação da hanseníase no Brasil, mas a cada ano 35 000 novos casos são diagnosticados no país, tornando o Brasil o campeão mundial de novos casos proporcionais da doença”, disse em nota.
“Essa altíssima incidência em nada é culpa das pessoas atingidas pela hanseníase: é o descaso do poder público, falta de informação e vontade política de resolver a questão e condições de vulnerabilidade social os principais fatores para que ela continue se propagando, mesmo tento cura e tratamento gratuito pelo SUS. Ao contrário do que a cantora sugere no programa, não há nenhum motivo para se evitar pessoas atingidas pela hanseníase: assim que iniciado o tratamento, a doença deixa de ser transmissível.”, continua a mensagem.
E aí, o que você achou do comentário preconceituoso sobre doença grave feito por Anitta?
Para não correr o risco de acabar fazendo um comentário preconceituoso sobre doença grave ou qualquer outro assunto, nada melhor do que se informar, né? Confira alguns filmes que abordam preconceitos:
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A Mentira (2010) – No filme, Olive é uma adolescente que tem sua reputação arruinada por boatos sobre ter ficado com alguns garotos. Mas, em vez de se importar com a “fama ruim”, ela não desmente o boato e desconstrói um pouco a ideia de que uma garota não pode transar com quem quiser, vestir o que quiser e tem que seguir esses padrões e machismos. Foto: Reprodução
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Minhas Mães e Meu Pai (2010) – O enredo conta a história de Joni e Laser que são filhos de um casal lésbico. Como os dois foram concebidos por inseminação artificial de um doador anônimo, eles decidem descobrir quem é o pai biológico, que, aos poucos, passa a participar do cotidiano da família. Embora ainda seja um tabu, a filme aborda um dos diferentes tipos de família. Foto: Reprodução
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Histórias Cruzadas (2011) – O filme retrata a realidade de mulheres negras na década de 60. Se passando em Mississipi, a história mostra a vida de Eugenia Phelan, jovem que quer se tornar escritora e escrever sobre a vida de mulheres negras que deixam seus próprios filhos para trabalhar cuidando dos filhos dos outros e trabalhando na casa da elite branca. Com isso, ela busca diferentes histórias e vivências, assim como inúmeros exemplos do racismo existente. Além disso, o filme também quebra alguns padrões, já que Eugenia, diferente da sociedade em que está inserida, não tem a mínima vontade de se casar. Foto: Reprodução
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The New Normal (2012) – A série conta a história de um casal homossexual que está em busca de uma barriga de aluguel. Por acaso, eles encontram Goldie, que está buscando condições melhores para o futuro de sua filha e topa ser barriga de aluguel. Assim, as duas famílias vão se aproximando cada vez mais. Além retratar a vida e as dificuldades de um casal gay, a série também aborda temas como a inseminação artificial, a vida de uma mãe solteira, entre outros preconceitos. Foto: Reprodução
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Orange Is The New Black (2013) –
Retratando o cotidiano de mulheres presidiárias, a série vai contando a história de cada uma delas mostrando os motivos pelos quais elas foram presas. Com isso, a série que já está na sua quinta temporada, quebra alguns preconceitos sobre a população carcerária e sobre a própria mulher, já que há uma grande diversidade de mulheres no elenco. Foto: Reprodução
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Hoje Eu Quero Voltar Sozinho (2014) – O enredo conta a história de Leonardo, um estudante do ensino médio que é cego e vai, ao longo do filme, superando suas dificuldades. Com a chegada de um aluno novo no colégio, Gabriel, Leo passa a sentir o mundo de uma outra forma e viver novas experiências. Além de tratar sobre o preconceito que Leo sofre pela ausência da visão, a produção também aborda sua descoberta como homossexual. Foto: Reprodução
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The Get Down (2016) –
A série mostra como aconteceu o surgimento do Hip Hop em Nova York na década de 70. Mostrando a rotina de um grupo de adolescentes, a produção apresenta a dificuldade da população negra de se inserir na sociedade, procurando, assim, um refúgio no estilo musical. Os episódios mostram, aos poucos, como as rimas viraram uma fora de protesto diante da realidade deles. Foto: Reprodução
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Cara Gente Branca (2017) – A série retrata a realidade de alunos negros que entram em uma universidade de elite, que é ocupada, principalmente, por pessoas brancas. Diante disso, há a abordagem de inúmeros assuntos e situações que escancaram a existência do racismo que ainda é presente. Dessa forma, a série apresenta a necessidade de discussões sobre esse preconceito. Foto: Reprodução