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“A galera tem que entender que nós não somos cota”, afirma Juju Rude sobre a representatividade feminina no rap

Crédito: Divulgação

O rap tem ganhado cada vez mais espaço nas paradas musicais e nos festivais brasileiros. Como um gênero que tem um histórico mais nichado no Brasil, várias canções têm ocupado posições altas no mainstream. Artistas como Emicida, Djonga, Karol Conká, Drik Barbosa e vários outros passaram os últimos anos destacando o rap brasileiro.

Como a gente comentou por aqui, lá no João Rock, as apresentações de rap ganharam um mega destaque, com performances cheias de identidade. Falando em festival, no último fim de semana, o Festival Cena ocupou o espaço do Sambódromo do Anhembi com um evento cultural 100% voltado para o gênero do trap.

Com um line-up bastante variado, o festival contou com apresentações de artistas nacionais e internacionais. Sem falar que a presença feminina também chamou muito a atenção e se destacou na programação. Além de Drik Barbosa e Karol Conká, Juju Rude e Ajuliacosta são mais algumas artistas que subiram nos palcos.

Para comentar um pouco sobre o festival e a representatividade feminina no gênero, a rapper Juju Rude conversou com a todateen em um papo super descontraído. Cheia de energia e personalidade forte, a artista é conhecida pelas letras de músicas sem muito filtro e joga as coisas “na lata”. Com temáticas de empoderamento e força, Juju fez uma performance repleta de identidade.

Vem conferir!

Primeiro de tudo, como é a sensação de estar em um dos maiores festivais de rap e trap do Brasil? Qual o significado disso para você?

Cara, o significado é que valida toda a minha correria, toda a minha luta de muitos anos. Ter esse reconhecimento, a ponto de ser convidada para estar aqui só faz com que eu continue acreditando que eu estou no caminho certo.

Então, é histórico para não só para mim, mas eu acho que pra todo mundo que eu convidei para estar aqui comigo hoje. Espero que seja o primeiro de muitos.

Falando em conquistas, o que mais te faz sentir realizada como artista hoje?

Ver mulheres se reconhecendo no que eu canto, se identificando, sabe? Me apoiam e mandam mensagens falando o que sentem quando escutam meu som e isso é uma das melhores coisas. Me escrevem assim “estou cheia de raiva e vou ouvir Juju Rude” (risos). E eu busco fazer muito isso, essa identificação.

Óbvio que tenho minha identidade, mas quero ser comum em um nível de ser parecida mesmo com as outras meninas. São sempre validações para a minha carreira e para tudo que eu tenho feito.

Embora as mulheres estejam muito bem representadas aqui no festival, no line-up ainda são uma minoria expressiva. Como você reflete sobre a situação?

Enfim, isso é culpa deles. Tem muitas mulheres em cena e cada vez surgem mais, faltaram muitas meninas aqui. Acho que a galera tem que entender que nós não somos cota, não é sobre colocar uma mulher entre dez artistas homens, por exemplo. Quando a gente fala igual em igualdade, é justamente de número, de representatividade.

A mesma quantidade de homem que estão para se apresentarem, a gente também queria que tivessem de mulheres. Não quero estar aqui, quase sozinha, representando todas. Quero que tenham várias, porque cada uma tem seu jeito de ser, tem uma mensagem para passar e todas precisam ser ouvidas.

Não é uma novidade que artistas femininas enfrentam mais barreiras para fazerem sucesso. Que mensagem você pode passar para as jovens que estão começando a carreira no rap?

Acreditem! Até por que a favela é a maioria, né? (risos). Tenha confiança, em primeiro lugar. Comece na sua área e com as pessoas que estão ao seu redor para buscar reconhecimento e apoio de pontos próximos. Ter representatividade de onde você vem. A partir daí, aos poucos você vai conquistando o mundo e outros espaços que o resultado vai vindo.

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