Hoje, 29 de agosto, é marcado pelo Dia Nacional da Visibilidade Lésbica. Aliás, a data foi instituída a partir do 1º Seminário Nacional de Lésbicas (SENALE), realizado em 1996, com organização do Coletivo de Lésbicas do Rio de Janeiro (COLERJE).
O tema, abordado na ocasião, foi a “Visibilidade, Saúde e Organização [da comunidade]”, com foco na sexualidade, a prevenção de infecções sexualmente transmissíveis, HIV/AIDS, trabalho e cidadania. Desde então, a data passou a estabelecer um marco na luta contra a lesbofobia, além de reforçar a importância da representatividade na luta diária dessas mulheres.
E o que os números nos dizem?
Só para se ter ideia, de acordo com o Dossiê do Lesbocídio, documento criado pelo Núcleo de Inclusão Social (NIS) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em 2018, ao menos 126 lésbicas foram assassinadas no Brasil entre 2014 e 2014. Inclusive, desses crimes, 83% foram cometidos por homens.
E as estatísticas tristes não param por aí, já que desde o início do registro de mortes de mulheres lésbicas no Brasil, em 1983, realizado pelo Grupo Gay da Bahia, os números aumentaram de forma considerável. De 2000 a 2017, por exemplo, a crescente foi de 2700%.
Em relação à violência sexual, em média, seis mulheres lésbicas foram estupradas por dia em 2017, em um total de 2.379 casos registrados, segundo levantamento da Gênero e Número. E, em 61% dos casos notificados, a vítima foi estuprada mais de uma vez.
E o que eu posso fazer para ajudar?
Vamos combinar em pleno século XXI é INADMISSÍVEL que o preconceito continue se espalhando por aí, né? Então, não, o mundo não ficou mais chato ou as pessoas mais sensíveis – como muito ainda insistem em dizer.
Pelo contrário, o mundo evoluiu (ou pelo menos tentou!) e já não tolera mais qualquer tipo de lesbofobia disfarçada de comentário (sem maldade) ou uma piada sem graça, viu? A nova geração fez questão de trazer à tona diversas discussões pertinentes que, antes, não eram feitas com tanta frequência. Afinal, informação NUNCA é demais.
Aproveitando o Dia Nacional da Visibilidade Lésbica, a todateen separou 5 frases lesbofóbicas para você nunca mais repeti-las, caso tenha dito algum dia. Vem ver!
“Mas você é lésbica? Nem parece!”
Então, esse tipo de comentário reforça a ideia problemática de que as pessoas devem se encaixar em padrões impostos pela sociedade. A frase pontua uma imagem de que mulheres lésbicas têm determinada aparência fixa ou jeito de ser e se comportar.
“Mas quem é a mulher e o homem da relação?”
A fala, além de ser machista, traduz a velha história de uma relação heteronormativa. Em resumo, é como se o romance só fosse válido quando é composto por uma pessoa gênero masculino e outra do gênero feminino. Não dá, né?
“Que desperdício!”
Desperdício? Só se for de silêncio mesmo! O comentário é ofensivo demais e chega apontando a ideia de que a felicidade de uma mulher é dependente de um homem.
“Mas você pega suas amigas também?”
A grande questão aqui é: você, hétero, sente vontade de sair pegando todos os seus amigos do sexo oposto? Não? Pois bem, então por que insistir nessa pergunta para mulheres lésbicas?
“É que você não encontrou o homem certo!”
Não! Basicamente uma mulher lésbica não está procurando um homem. Cada um sabe muito bem o que é melhor para si. Lésbicas amam outras mulheres e isso é tudo.