tt – Em todas essas premiações que têm ido, qual artista mais surpreendeu vocês?
Pe Lu: Eu fiquei muito feliz quando o Rogério Flausino veio falar com a gente no VMB. A gente estava sentado meio separado e aí ele chegou. Pô, é o Rogério Flausino do Jota Quest!
Pe Lanza: O legal do Rogério Flausino foi que ele usou uma calça roxa no VMB. Ele prometeu que iria de calça roxa pra fazer uma homenagem. Ele também deu uma entrevista para o pessoal do VMB e falou “pô, vamos deixar os moleques em paz, vamos deixar a molecada curtir”. Outra coisa que me marcou muito foi o Samuel Rosa, ele deu um depoimento dizendo que essa é uma geração que veio pra ficar, está mostrando a força e deu parabéns pra Restart.
Koba: A maioria dos artistas que estamos conhecendo nos tratam com muito respeito. Foi bom também conhecer o Arnaldo Antunes, o Kiko Zambianchi, a Sandy, que a gente cresceu escutando… Receber parabéns desse pessoal que já tem experiência é muito inesperado!
tt – O fato de a galera ter vaiado vocês no palco do VMB diminuiu um pouco a felicidade pelos prêmios?
Pe Lanza: Não. Acho que dá mais sinceridade a tudo. Nunca vamos poder agradar a todo mundo. Ali, tinham muitos fãs de artistas diferentes. Então, sempre que você gosta de alguém, vai querer que ele ganhe. Quando a gente foi receber, ficaram gritando o nome da Pitty porque tinha muitos fãs dela que queriam que a Pitty levasse o prêmio.
Pe Lu: É completamente compreensível. Às vezes, os fãs criam uma coisa que nem a gente tem. A gente, eu digo, nós da Restart, do Skank, a Pitty… Eu duvido que o Samuel Rosa, a Pitty, o Gee e o Di do NX ficaram pensando “aaah, não acredito que eles ganharam!”. O lance da vaia é uma coisa muito do Brasil, eu nunca vi isso em VMA, acho que existem algumas pessoas que se esquecem um pouco do lance do respeito. A gente ficaria feliz também se não ganhasse os prêmios, mas não sei se os nossos fãs vaiariam, é uma possibilidade (risos). É capaz! Mas a gente não apoiaria isso porque a música tem que ser valorizada sempre.
Pe Lanza: A galera confunde liberdade de expressão. Acha que só porque não gosta tem o direito de sair xingando e vaiar. O respeito precisa fluir um pouco melhor. Mas é uma coisa normal, a gente ficou feliz pra caramba e os cinco prêmios, graças a Deus, estão lá em casa, graças aos nossos fãs também. E a gente espera poder tocar o coração do pessoal que vaiou a gente. Quem sabe um dia eles não gostem da Restart?
tt – Qual a opinião de vocês sobre quem bomba na internet criticando os outros, como o Felipe Neto, por exemplo?
Koba: Acho que existem tipos e tipos de humor. Por exemplo, o Pânico, sabemos que é escrachado. Eles costumam olhar os nossos defeitos e jogar pro pessoal ver e dar risada, mas não é por isso que eles perdem o respeito.
Pe Lu: O segredo da piada é quando, por exemplo, você tá fazendo uma piada sobre nós quatro e eu dou risada. Esse limite é legal, como é o caso do Pânico, do CQC e dessa galera do stand up. Mas o Felipe Neto – e eu nem posso falar muito dele e do trabalho que ele faz porque não conheço tanto – deveria continuar fazendo piada, mas se aprimorar como o pessoal do CQC, do Pânico, tanto da tevê quanto do rádio, eles passam semanas pesquisando sua vida, vendo onde você esteve, ouvindo o seu CD…
Pe Lanza: Nós já participamos de vários programas de comédia, do Casseta & Planeta também e fazer isso é legal. Mas quando você fala mal e julga uma parada sem fazer a mínima ideia do que é só por preconceito, aí isso não é nem humor. E fazer um vídeo que você fala mal de um cara que nem conhece pra aparecer na mídia… Eu tô fora de falar mal dos outros, prefiro conhecer, trocar uma ideia e então fazer um vídeo pra tirar sarro. Felipe Neto, quer me conhecer, trocar uma ideia? Eu até faço um vídeo com você, um zoando o outro. Mas calma lá, né, cara? Tudo tem que ter um certo limite.
tt – Por estarem sempre viajando, vocês ficam com saudade de comer alguma coisa especial que a mãe de vocês faz?
Pe Lanza: Quando a gente está voltando pra casa, todo mundo liga pra mãe e pergunta se tem comida pronta. “Por favor, mãe! Tô com fome”. A gente fica com muita saudade. Quando estamos em hotel, a gente come sanduíche, come qualquer coisa… A comida da mamãe é muito boa! Eu sou muito coruja com ela. Eu adoro a lasanha que ela faz.
Koba: Eu sinto falta do estrogonofe. Quando estou em casa, sempre peço isso porque é inigualável.
Thomas: Ah, o arroz e feijão da minha mãe!
Pe Lu: O que eu sinto falta de verdade é da minha mãe me dar boa noite. Sempre que durmo em casa, nas poucas vezes aliás, ele vai lá, me cobre, me dá boa noite, fala que me ama… É bom!
tt – Vocês sentem falta de ir pra balada? Qual foi a última vez que saíram pra uma festa normal, sem outras celebridades?
Pe Lanza: Nossa! (risos) A gente sempre sai de balada, nós gostamos pra caramba. Quando a gente chega em São Paulo, pra um ou dois dias de folga, nós nos encontramos com os amigos e saímos. Como nossa agenda tá muito lotada, nós aproveitamos o pouco tempo que temos livre pra sair. Claro que a gente fica com a nossa família também. Mas é bom curtir um som com quem agente gosta e conhece de verdade. E nós saímos juntos, por mais que a gente viva junto a semana inteira, na hora de sair nós nos ligamos “e aí, vamo pra balada?”.
Thomas: Esses dias eu até assustei, saí de carro e estava parado no semáforo, aí eu olho pro lado e vejo o Pe Lu (risos).
Pe Lu: A gente parou exatamente do mesmo lado!
tt – Os shows da Restart vão de norte a sul do Brasil, vocês percebem alguma diferença no público e na energia da galera?
Pe Lu: Acho que nos lugares mais distantes é onde tem a galera mais calorosa, porque a gente vai menos, né? Quando a gente toca no norte, nordeste ou extremo sul, por exemplo. A gente fez um show memorável em Porto Alegre pra umas sete mil pessoas. Lógico que quando é aqui em São Paulo também é muito bom, mas acho que em cidades mais longes tem um desespero maior porque rola aquela coisa “ah, não sei quando eles vão voltar aqui”, tem essa saudade mais tensa.
Thomas: O legal também de fazer vários shows é ouvir o sotaque da galera. Rexxtarrrt! Rexxtarrrt! Aí, quando vamos para o interior de São Paulo, é Restarrrt! Restarrrt!
tt – Vocês ganham muuuitos presentes de fãs, né? Conseguem guardar tudo ou nem?
Koba: Nossa, essa eu tenho que falar. Tem uma menina que descobriu onde moro e todo dia, todo dia mesmo, ela passa lá deixar um presente pra mim. Todo dia na hora do almoço ela deixa chocolate, um monte de coisa. Inclusive nos dias em que a gente viaja. Acho que é Tainá o nome dela. Isso é o maior c
arinho! Nós tentamos guardar tudo, é legal guardar, mas tem hora que não cabe mais, não tem onde pôr.
Pe Lanza: Eu tento trazer tudo o que me dão, cartaz, cartas. Eu chego em casa com aqueles sacos plásticos cheios e coloco no meu armário. São coisas que a vida inteira eu vou poder olhar e lembrar, ver que tinha uma menina apaixonada por mim, que fez alguma loucura… Hoje em dia, eu pego muito presente que eu ganho e deixo no quarto da minha sobrinha recém-nascida porque quando ela crescer vai poder brincar com os presentes que as fãs me deram. Na minha cama, não deve ter nem mais espaço pra mim, de tanto ursinho! Eu tenho que me espremer pra caber lá!
tt – Eu tenho uma curiosidade… Alguma vez aconteceu de a calça de vocês cair muito e ficar uma situação meio chata?
Pe Lu: A minha sempre cai! Teve um show que a calça estava meio caindo e eu fui pular, a hora que eu dei o tranco, a calça caiu. Eu fui pra perto do meu roadie e ele levantou minha calça! (risos).
Pe Lanza: Eu gosto da calça baixa, é meio street. Todos nós gostamos. Mas, mesmo com o cinto, cai porque eu prendo o transmissor do fone, passo fita e tudo pra ele não cair. Aí parece que o cinto é de enfeite, mas a paradinha é pesada e faz abaixar. A galera pergunta se foi atentado ao pudor… (risos) Porque parece que tô pelado nas fotos. Já aconteceu de a calça parar no meu joelho, mas na frente tinha o baixo pra esconder, o problema é que atrás todo mundo vê a minha bunda. Acontece… Só rindo!
Thomas: Isso é trauma! A gente estudou seis anos em colégio de freira. Aí, a gente usava a calça baixa e as freiras vinham correndo atrás de nós “sobe a calça, sobe a calça!” (risos).
Pe Lanza: Acho que quando a gente chega perto da galera no show é que a coisa fica mais frenética porque tem menina que puxa e a calça abaixa mesmo. Eu preciso ficar com uma mão segurando a calça e cantando com a outra. Peço pra não puxar, mas no fim é engraçado, é legal pra caramba.
Texto e entrevista: Mariana Scherma
Edição: Karen Barbarini
Fotos: Luciano Munhoz/colaborador
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