Aos 32 anos, a tenista Maria Sharapova anunciou nesta quarta-feira (26) que está se aposentando, e portanto, não participará mais de competições. A russa já foi a número 1 no tênis mundial e dona de cinco títulos em Grand Slam. Para se despedir, Sharapova escreveu uma carta à revista americana Vanity Fair, em que relembra vários momentos de sua carreira e deixa bem claro que encerrar sua jornada nas quadras não é algo fácil.
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A tenista ficou conhecida pela sua vitória no Grand Slam aos 17 anos em um jogo contra outra campeã mundial, Serena Williams. “Como você deixa para trás a única vida que você já conheceu? Como você se afasta das quadras em que treinou desde pequena, o jogo que você ama – um jogo que lhe trouxe lágrimas e alegrias incontáveis – um esporte em que você encontrou uma família, junto com fãs que se uniram por mais de 28 anos? Eu sou nova nisso, então por favor me perdoe. Tênis – estou me despedindo“, escreveu Sharapova.
Entre as dificuldades da atleta para além dos jogos, está a penalidade que recebeu em um exame antidoping. O caso de ingestão de substâncias proibidas foi polêmico, já que a tenista tomava um remédio de uso contínuo por conta da falta de magnésio em seu organismo, e uma das substâncias adicionadas às proibições do ano em que foi penalizada estava presente na medicação. Mesmo assim, Sharapova foi punida.
Apesar do choque que o ocorrido causou em sua carreira, o que pesou mesmo foram as dez lesões que sofreu durante seu tempo nas quadras. “Eu aceitei esses sinais finais quando eles vieram.Um deles aconteceu em agosto do ano passado durante o Aberto dos Estados Unidos. Atrás de portas fechadas, trinta minutos antes de entrar na quadra, eu tinha um procedimento para ‘entorpecer’ meu ombro… Compartilho isso não para obter pena, mas para pintar minha nova realidade: meu corpo se tornou uma distração“, revelou a tenista.
Com tantas vitórias e desafios, Sharapova precisou manter o equilíbrio para encarar os jogos: “Minha fortaleza mental sempre foi minha arma mais forte. Mesmo que meu oponente fosse fisicamente mais forte, mais confiante – e até melhor – eu poderia perseverar“.
Em sua carta de despedida, a tenista relembrou o primeiro contato com o tênis, aos quatro anos em Sochi, na Rússia, inspirada pelo pai. Após 28 anos, ela expressa gratidão ao esporte e deixa bem claro que será difícil desapegar da rotina. “Ao dar minha vida ao tênis, o tênis me deu uma vida. Sentirei falta todos os dias. Vou sentir falta do treinamento e da minha rotina diária: acordar de madrugada, amarrar o sapato esquerdo à direita e fechar o portão da quadra antes de acertar minha primeira bola do dia. Vou sentir falta da minha equipe, dos meus treinadores. Vou sentir falta dos momentos sentados com meu pai no banco da quadra de treino. Os apertos de mão – ganhar ou perder – e os atletas, sabendo ou não, que me pressionaram a ser o meu melhor“.
