Na última terça-feira (8), Kathlen Romeu, de 24 anos, foi mais uma vítima da violência policial na Zona Norte do Rio de Janeiro. A mulher, que estava grávida de 4 meses, foi atingida por uma bala perdida durante um confronto entre policiais da UPP (Unidade da Polícia Pacificadora) e membros de uma facção conhecida como “Beco da 14”.
A situação por si só já é bastante revoltante, afinal, todos os dias vemos alguma “vítima de bala perdida” nos bairros mais pobres do país. No entanto, a marca de roupas “Farm” anunciou sua ideia para ajudar no caso e acabou causando ainda mais indignação.
Em suas redes, a marca se posicionou dizendo: “A partir de hoje, toda a venda feita no código de Kathlen – E957 – terá sua comissão revertida em apoio para sua família. Reforçando que nós também vamos apoiá-la de forma independente e paralela. Sabemos que nada que fizermos poderá trazer Kath de volta mas nos comprometemos a acelerar ainda mais nossos processos de inclusão e equidade racial para transformar as cruéis estatísticas que levam vidas jovens negras como a de Kath a cada 23 minutos no nosso país.“
As críticas vieram pelo fato de que a Farm é uma marca extremamente bem conceituada no mercado, com peças caríssimas e, logo, não precisaria se promover em cima da morte de uma mulher para conseguir lucrar ou ajudar sua família.
Confira alguns dos comentários:
Atualização: posicionamento da Farm
Após a publicação dessa nota, a assessoria Farm entrou em contato e esclareceu a situação por meio de uma nota:
“A FARM vem a público se desculpar pela ação que envolveu o uso do código de vendedora de Kathlen Romeu nesse momento tão difícil. Entendemos a gravidade do que representou esse ato, por isso, retiramos de uso o código E957. Reverteremos integralmente 100% das vendas geradas através do código no dia de hoje para sua família. E reforçamos que vamos continuar dando todo o apoio necessário de maneira independente, como fizemos desde o primeiro momento em que recebemos a notícia. Olhamos hoje pra FARM com a consciência da nossa função social na redução das desigualdades e seguiremos acelerando todos os nossos programas de inclusão e equidade. Agora o momento é de luto e acolhimento“.