Você sabia que esse o mês do Março Amarelo? Com o objetivo de alertar mulheres e transexuais no mundo todo, a data traz o nome de Mês Mundial de Conscientização da Endometriose. Toda a campanha ganha força devido ao diagnóstico tardio do problema, que pode levar anos desde os primeiros sintomas.
De forma bem resumida, a endometriose é uma doença inflamatória do sistema reprodutor feminino, que acontece quando o endométrio, tecido que reveste o útero por dentro, se implanta em vários locais na cavidade abdominal, como ovário, intestino e bexiga.
Segundo dados do Ministério da Saúde, uma a cada 10 mulheres entre 25 a 35 anos no Brasil sofre de endometriose. Vale apontar que a doença é crônica, então é algo que deve ser acompanhado durante toda a vida.
Para te deixar a par sobre como identificar e tratar a doença, vamos tirar as principais duvidas por aqui. As informações são do Dr. Thiers Soares, especialista em endometriose, adenomiose e miomas.
Quais são os sintomas?
Os principais sintomas da endometriose são as cólicas fortes e dores abdominais frequentes, que podem aparecer no dia a dia, mesmo fora do período menstrual. Por isso, é importante ficar ligada para distinguir de uma cólica comum. Além disso, também são sinais de endometriose:
- Sangramento menstrual desregulado e intenso
- Fadiga
- Cansaço
- Sangramento intestinal durante o período menstrual
- Dores fortes durante relações sexuais
Como é feito o diagnóstico?
É sempre importante lembrar que as consultas com ginecologista precisam ser realizadas com frequência, pelo menos uma vez ao ano. Além dos exames de rotina, há alguns específicos para identificar a endometriose.
Recorrer a exames de imagem é o método mais comum, como a ultrassonografia transvaginal e a ressonância magnética da pelve. “A demora em diagnosticar os focos da doença pode levar ao estado mais grave do quadro, quando é necessário partir para uma intervenção cirúrgica”, explica o médico.
Quais as opções de tratamento?
Bom, como é um problema crônico, o acompanhamento sobre ele deve ser feito com frequência com sua médica. Também é preciso entender o grau da condição para prosseguir com um tratamento. Há casos onde a endometriose é mais contida, mas também há casos onde ela se espalha em outras regiões do corpo.
Nos casos mais leves, o uso de um anticoncepcional é adotado para suspender a menstruação e ajuda a reduzir as dores. Já em situações mais graves, é necessário intervenção cirúrgica para retirar a endometriose espalhada pelos orgãos. Mas não precisa se apavorar, pois são procedimentos bem simples, como a videolaparoscopia.
“A maioria das pessoas não sabe, mas existem métodos minimamente invasivos para esse procedimento, como a videolaparoscopia e a cirurgia robótica”, explica o especialista. Essas técnicas têm um pós-operatório muito mais seguro, com menos tempo de internação, menos chance de infecção ou trombose e retorno mais precoce às atividades diárias.