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Dana Schwartz, autora de “Imortalidade”, reflete sobre fim da duologia: “quebrar o estigma”

todateen conversou com a autora sobre a seriedade dos temas abordados no livro, que chegou em setembro no Brasil

Dana Schwartz, autora de “Imortalidade”, reflete sobre fim da duologia: “quebrar o estigma”
Dana Schwartz, autora de “Imortalidade”, reflete sobre fim da duologia: “quebrar o estigma” - Foto: Divulgação/Intrínseca

Considerada uma das escritoras mais brilhantes da sua geração, Dana Schwartz lançou Imortalidade: uma história de amor, a conclusão da duologia iniciada com Anatomia. A continuação retoma a história de Hazel Sinnett, uma jovem escocesa que quer se tornar cirurgiã, em uma época em que as mulheres não podiam exercer a medicina. O lançamento mistura figuras históricas — como, por exemplo, Lavoisier e a Princesa Charlotte — com mistério e uma dose de romance gótico, resultando em um livro eletrizante e impossível de largar.

Agora, a protagonista está mais madura e consciente dos riscos que corre ao atuar como médica. Afinal, como uma mulher poderia se tornar cirurgiã em um cenário tão adverso? Para Hazel, a resposta é simples: “Ela não se torna. Ela se disfarça com as roupas do irmão, adota um nome falso na escola de anatomia e paga pela matrícula. Quando é descoberta, contrata um ressurreicionista para conseguir corpos a serem estudados”.

Entrevista com Dana Schwartz, autora de “Imortalidade”

Pensando nos temas relevantes levantados por Imortalidade, a todateen conversou com Dana Schwartz sobre o lançamento e as discussões suscitadas pela obra. Segundo a autora, a escolha de incluir uma reflexão sobre os direitos reprodutivos foi intencional, visando provocar a reflexão crítica do leitor.

“É comum que leitores de ficção histórica tentem colocar todo o sofrimento no passado, pensando: ‘Ah, já progredimos bastante!’ Mas, infelizmente, a dura realidade das leis no Brasil (e os recentes retrocessos sobre a autonomia corporal das mulheres nos Estados Unidos) mostram que não é bem assim. Eu queria que os leitores sentissem, visceralmente, a escolha de Hazel e as consequências que ela enfrenta, e, quem sabe, refletissem que essas lutas ainda precisam ser travadas”, afirmou.

Aliás, Dana também ressaltou que a cultura pop tem o poder de levantar conversas sobre temas importantes. No entanto, ela frisou que isso não deve substituir o ativismo real. Isso porque, para a autora, é essencial votar e se engajar em causas que fazem a diferença.

Além dos temas profundos, Imortalidade também traz romance e paixão. Para Dana, o equilíbrio entre esses elementos foi essencial para manter Hazel como uma adolescente autêntica. “Era importante que Hazel sempre parecesse uma adolescente de verdade. Ela pode ser apaixonada por cirurgia e causas sociais, e ainda assim ter uma queda por alguém. Gostar de se vestir bem e querer viver um romance não faz de ninguém menos sério ou inteligente.”

Por fim, Dana explicou por que o romance gótico continua tão popular, especialmente entre os jovens. “Acho que a mídia nos permite liberar nossos instintos mais sombrios. Para mim, morte e o macabro não estão muito distantes de sentimentos como romance e paixão. São emoções intensas e dramáticas, e eu queria que os leitores da duologia sentissem todas essas grandes emoções!”

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