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Agnes Nunes em uma conversa sobre a potência do cabelo crespo e amor próprio

Crédito: Divulgação/Lucas Nogueira

Muito além de ser reconhecida por sua voz doce e marcante, Agnes Nunes é sinônimo de muita potência. Aos 20 anos, ela é uma das maiores ascensões da música pop nacional, especialmente por colocar em debate pautas como a luta contra o racismo, feminismo e a importância da representatividade negra para tantas meninas e mulheres.

E engana-se quem pensa que a cantora permite se rotular, viu? Nada disso! Sua aposta está justamente na versatilidade e pluralidade dos estilos musicais. Compositora de muitas canções, a artista traz em cada letra traços de suas vivências, paixões e sonhos.

Crédito: Divulgação/Lucas Nogueira

Elza Soares, Seu Jorge, Milton Nascimento e Negra Li estão entre as referências sonoras e estéticas da baiana que, com a mãe, descobriu o poder da música popular brasileira. Enquanto isso, a avó foi responsável por colocá-la, ainda menina, no universo do forró de serra. Sozinha, apaixonou-se por Nina Simone e Etta James.

Marcando um novo momento em sua carreira, Agnes lançou no início do ano “Menina Mulher”, seu primeiro álbum de estúdio, que exibe a transição da jovem cantora, no seu amadurecimento de menina para mulher. Episódios pessoais estão mais do que presentes no disco repleto de canções com mergulhos introspectivos.

E, para quem vem acompanhando as redes sociais, sabe que ela surgiu com o visual todo repaginado. Os cachinhos foram transformados com um toque iluminado, cheio de brilho, na tonalidade cereja.

Crédito: Divulgação/Instagram: @agnesnunes

Nós, da todateen, amamos tanto que aproveitamos para bater um papo (de milhões) com a cantora que abriu o coração ao falar da sua relação com o cabelo crespo, autoestima e, claro, amor próprio. Vem ler!

Agnes, conta pra gente, como era a sua relação com o cabelo na infância?

“Muita gente falava mal do meu cabelo ou falava que ele era feio. Eu era uma criança e não entendi porque as pessoas estavam falando aquelas coisas para mim. Eu chora e conversava muito com a minha mãe sobre isso, e ela também me mostrava outras pessoas que tinham o cabelo igualzinho ao meu, como a Elza Soares. E aí eu fui entendendo que ele fazia parte de mim, que ele era lindo e que eu poderia aprender amá-lo”.

Em algum momento na fase da adolescência rolou aquela rejeição? Uma vez que para mulheres negras, o cabelo – por muitas vezes – é um tema delicado.

“Como eu comentei, foi mais na minha infância. Depois disso eu comecei a enxergá-lo de outras formas. Mas eu já quis alisar, deixar ele diferente para as pessoas pararem de falar dele. Minha mãe nunca deixou e eu agradeço a ela por isso sempre. É o meu cabelo, quem tem que gostar e achar bonito sou eu, não as outras pessoas. Cada um tem o seu. É lindo ser diferente”.

Como chega esse sentimento de entender que, de alguma forma, você é inspiração para tantas meninas e mulheres?

“É uma coisa muito doida de se pensar, mas eu vejo que da mesma forma que a Elza, por exemplo, foi uma inspiração para mim em diversos campos da minha vida, eu estou sendo para outras mulheres. Eu tive a oportunidade de conviver com a força da minha mãe e da minha avó desde nova, e eu admirava muito elas porque, de alguma forma, elas eram as mulheres que algum dia eu queria ser. Vejo que, quem se inspira em mim, me vê fazendo ou apoiando as lutas certas, e isso me deixa muito grata e realizada”.

Essa foi a primeira vez que você muda a tonalidade dos fios, né? Qual foi a sensação de se olhar no espelho depois disso?

“Foi a primeira vez sim. Eu me senti mais poderosa, eu sempre gostei muito de vermelho e acho que é uma cor que desperta algo assim e me deixa muito mais poderosa. Então, quando olhei no espelho, eu falei: ‘gente, uma nova fase de uma mulher ainda mais poderosa’ (risos)”.

Como o seu cabelo se relaciona com a sua história, arte e música?

“Meu cabelo é a minha história, minha vida e minha música. Eu canto o que eu estou sentindo e o que eu gostaria de ouvir. Então muitas coisas que passei na minha infância por causa do meu cabelo estão nas minhas músicas. Ele faz parte de mim, eu amo muito ele e todos os meus fios. Me sinto livre”.

Há alguém que te inspirou ou que te inspire a ter ainda mais confiança sobre os fios?

“Sim, a Elza Soares. Ela é a minha inspiração em diversos sentidos, além da representatividade ligada também a minha infância e trajetória musical até aqui”.

Por fim, qual recadinho você daria para as meninas que estão passando pela transição capilar?

“É necessário ter paciência, é um processo demorado, às vezes, na verdade, pode variar muito. É só uma questão de respeito e ter paciência com os nossos cabelinhos, porque nesse processo tem que esperar realmente e cuidar bem para passar pela transição da melhor forma possível”.

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