“Na internet podemos ver de tudo e mais um pouco.”, afirma a doutora Georgia Zattar. Quando falamos sobre dietas e vida saudável, não é novidade para ninguém que a web é famosa por ensinar os famosos “métodos milagrosos” – que podem ser bastante prejudiciais à saúde.
“Muitos acabam achando que o melhor caminho para a conquista do corpo ideal é abusar de dietas restritivas, das famosas dicas e jejuns de blogueiras (sem aconselhamento profissional), shakes e medicamentos para emagrecer. Tais dietas podem ter consequências negativas para a saúde tais como desnutrição, distúrbios alimentares e queda no sistema imunológico.”, afirma a médica, que é especializada em medicina esportiva e integrativa.
Mesmo que o tema parece já ultrapassado, de tempos em tempos alguma técnica milagrosa – e bastante perigosa! – acaba sendo disseminada por personalidades digitais de forma irresponsável. “O fato de seguir dietas milagrosas podem gerar impactos negativos a curto e longo prazo. Deve ser feito uma analise de histórico bem detalhada avaliando exames, comorbidades, histórico de doenças, bioimpedância e outros parâmetros para assim saber qual é a melhor ‘dieta’ pra cada paciente.”, aponta Georgia.
A especialista ainda enfatiza que, como cada corpo apresenta suas singularidades e particularidades, é sempre primordial que os pacientes façam acompanhamento médico.
“Dieta de jejum” é realmente saudável?
Indo contra o que é, muitas vezes, comentado nas redes sociais, a doutora logo de início explica: jejum intermitente não é dieta. “É justamente o oposto. É o ato de não comer por determinados períodos de tempo. São períodos nos quais você fica sem comer, “pulando” assim algumas refeições [e deveria ser sempre feito] de forma planejada e orientada por um profissional especializado, o jejum pode ser de 12h, 16h, até 24h.”, fala.
Vale reforçar que o jejum intermitente não é um programa recomendado a todos. “É indicado, de forma geral, para pessoas que já seguem uma dieta equilibrada há um bom tempo e, especialmente, uma dieta com baixa ingestão de carboidratos (low carb).”, ressalta Georgia.
Além disso, a técnica de jejum realizada e feita de forma displicente, sem acompanhamento profissional pode ser prejudicial. “Pode causar mais riscos para pessoas diabéticas, que estejam tomando medicamento, que tenham algum tipo de ansiedade ou problema psicológico relacionado a comida, mulheres grávidas ou que estejam amamentando, ou mesmo tenha algum problema clínico.”, avisa a médica.
FAQ: mito ou verdade?
Abaixo, a Dra. Georgia Zattar respondeu algumas das perguntas frequentes que circulam a internet quando pensamos à respeito de jejuns.
Confira!
Jejum Intermitente é uma dieta
Mito. Jejum intermitente não é dieta, é justamente o oposto, é o ato de não comer por um determinados períodos de tempo.
Jejum melhora gastrite.
Mito. O jejum pode piorar a gastrite, por deixar o estômago vazio por muito tempo. Por isso é importante, que quem sofre com gastrite, tenha acompanhamento de especialista, como nutricionistas, nutrólogos e gastros a respeito de qualquer tipo de alteração nos hábitos alimentares.
Perde-se massa magra ao fazer jejum.
Mito. Apenas períodos muito prolongados de jejum e práticas erradas causam o processo de perda de massa magra. Mesmo assim é muito importante que você se alimente de forma adequada e balanceada durante as janelas de alimentação, com ingestão suficientes de carboidratos e proteínas DE QUALIDADE que supram as necessidades do seu corpo.
O sono conta como jejum.
Verdade. Se optar por uma janela de 12h de jejum e oito horas for período de sono esta somando horas de jejum.
Só existe um tipo de jejum: ficar sem comer por mais de 12 horas.
Mito. O jejum pode ser de 12h, 16h, até 24h.
