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Projeto verão 2021: nutricionista ensina a viver a estação de uma forma “política e sem dietas”!

Projeto verão 2021: nutricionista ensina a viver a estação de uma forma política e sem dietas!
Projeto verão 2021: nutricionista ensina a viver a estação de uma forma política e sem dietas!

No início de 2021 a influenciadora Dani Noce gerou polêmica ao relacionar seu vício em açúcar como o de alguém que usa drogas. A youtuber foi acusada de fazer “terrorismo alimentar” – conceito de transformar a comida em arma – e um debate sobre o jeito que consumimos alimentos foi levantado nas redes sociais. “Eu tenho transtorno de compulsão alimentar diagnosticado, então eu sei exatamente sobre o que eu tô falando“, começou a youtuber em seus stories do Instagram.

Ela contou que, em determinada época de sua vida, comia muitas coisas com bastante gordura e açúcar, como hambúrguer, sorvete e chocolate. “Inclusive, esse é um dos motivos para eu parar de confeitar, porque eu descobri que açúcar com gordura é basicamente cocaína“.

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Muitas vezes enxergamos algumas comidas como verdadeiros “monstros” e acabamos reproduzindo comportamentos e falas como as de Noce, mesmo que inconscientemente. O principal motivo disso é a busca pelo corpo ideal, idealizado por um padrão quase que inalcançável. E isso pode ser ainda mais recorrente no clima quente do verão, quando mais exibimos as inseguranças corporais.

A todateen conversou com Pabyle Flauzino, Nutricionista e Produtora de Conteúdo, defensora de uma “nutrição política e sem dietas”, como diz sua biografia do Instagram, para explicar que você não precisa fazer dietas malucas, cortar alimentos e “ter o corpo ideal para o verão” para ser saudável e feliz não só no verão, como em qualquer época do ano.

Pabyle pontua que isso a insatisfação com o corpo é cada vez mais frequente e pode ser perigosa, já que números de procedimentos estéticos crescem no país. “Em alguns locais do Brasil, já houve até aumento da procura por determinados procedimentos estéticos. Deste modo, somam-se duas “pandemias”, uma de um vírus letal, e outra silenciosa que atinge mulheres há anos“. E que isso reflete também em como nos alimentamos:

O senso comum reduziu a nutrição à ‘modelagem de corpos’. É difundido por aí que qualquer pessoa, comendo alimento X ou Y, pode ‘tonificar’ ou ‘emagrecer’ o próprio corpo. O que não é verdade para todos, se comêssemos a mesma quantidade de alimento e fizéssemos a mesma quantidade de exercício, ainda existiriam corpos diferentes. Enquanto nutricionista é preciso atuar desmistificando essas falsas promessas que são feitas às mulheres a centenas de gerações. Também podemos e devemos mostrar que a diversidade dos corpos não é algo a “ser corrigido”, mas sim “honrado e respeitado”, afirma.

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Pabyle ainda elenca vários fatores que fazem com que as famosas dietas que circulam ao monte na web não sejam o caminho ideal à longo prazo. “Essas dietas são a sustentação do aprisionamento feminino. Quando nos fazem crer que apenas por meio de uma dieta teremos um corpo adequado para nos sentirmos felizes, passamos a viver em busca da ‘dieta perfeita’. O problema é que para a maioria de nós, as dietas da moda ou dietas que modificam demais a rotina não são sustentáveis. Isso acaba com a nossa autoestima, pois faz parecer que o problema somos nós, e não a impossibilidade de comer apenas alface durante o resto da vida”.

Então, entramos no ciclo de dietas. Sem dúvidas essa não é a melhor saída. Precisamos espalhar a informação de que as dietas são falhas e estamos investindo nosso tempo, dinheiro e energia em algo que não nos dará o resultado que promete”, explica.

Para a nutricionista, polêmicas como a da influenciadora Dani Noce, podem impactar e atrapalhar esse processo de eliminação das dietas, principalmente se falamos sobre um nutriente que já é moralmente negativo perante o senso comum, como o citado açúcar. “Fazer uma comparação assim é perigosa, pois aumenta o “terrorismo nutricional” e prejudica a busca por tratamento adequado. Gostar de doce e buscá-lo como alívio para determinadas situações não configura “vício”. Possuir transtorno de compulsão alimentar não configura “vício”, são tratamentos totalmente diferentes“, esclarece.

corpo gordo não é sinal de pouca saúde muito menos beleza

Os tempos de achar que balança, saúde e beleza andam juntos acabaram! Ao contrário do que muito se pensa, estar fora dos padrões não deve ser enfrentado como um problema de ser mais ou menos bonita ou saudável. “O corpo gordo é mais uma forma de diversidade, existem diferentes corpos gordos, diferentes corpos não magros, diferentes corpos magros e por aí vai. Possuir um corpo gordo não é sinônimo de ‘menos saúde’, precisamos de uma avaliação clínica para identificar problemas metabólicos, mecânicos, mentais ou socioeconômicos, por exemplo“, diz a especialista.

Além disso, ela enfatiza que dar diagnóstico para alguém apenas no “olhômetro” é preconceituoso e anticientífico. “A sociedade nos disciplina para não aceitar a diversidade, mas ela existe e deve ser respeitada. Todos os corpos são lindos do jeito que são“.

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afinal, como ser 100% saudável no verão?

Esqueça do peso, dietas loucas e foque mais no tipo de alimento que consome! “Penso que o segredo para ser 100% saudável no verão se dê em diferentes esferas, do macro ao micro. Precisamos que as terras e os meios de produção sejam saudáveis e sustentáveis para quem produz e consome. E de um âmbito individual, que a relação com a comida seja minimamente adequada. É difícil comer em uma sociedade que nos ensina a temer a comida, mas não é impossível”, diz Pabyle.

5 dicas exclusivas para seguir uma nutrição política e sem dietas!

Pabyle:

1- Acredite, não há nada de errado com o seu corpo! Seu corpo é perfeito do jeito que é, desconfie dos interesses de quem te fala o contrário.
2- Não caia no conto de que “modificar o corpo só depende de você”. Fatores que influenciam o peso corporal muitas vezes não são controlados por nós, como a genética, metabolismo, hormônios e etc. Vale sempre procurar um profissional!
3- Seja crítica sobre as informações de alimentação e nutrição (Exemplo, nem tudo é “pode ou não pode”; não é um pedaço de bolo que “causa” doença ou “engorda”).
4- Deixe de seguir ou se relacionar com pessoas que só falam sobre dietas, peso corporal, exercícios e defeitos do próprio corpo. Substitua por pessoas com corpos iguais ao seu e que não te façam se sentir insegura por quem você é.
5- Não siga informações de influencers ou blogueiras para cuidar da sua saúde, para isso, procure profissionais habilitados.

 

 

 

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