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Entrevista com Dr. Jairo Bauer: “Algumas coisas não mudam”, diz o psiquiatra

Jairo Bauer
Jairo Bauer

Foto: Roberto Nemanis/ Divulgação SBT

“Algumas coisas não mudam”. É a opinião do psiquiatra Jairo Bouersobre essa fase tão única – e meio complicadinha – que é a adolescência

Neste ano, o projeto Este Jovem Brasileiro, uma parceria do Portal Educacional e da Positivo Informática, repetirá a mesma pesquisa realizada em 2006 com jovens do Brasil inteiro. O objetivo é checar se há grandes mudanças nos índices da primeira pesquisa. Uma galera enooorme – cerca de 10 mil adolescentes de 14 a 16 anos, responderam perguntas sobre sexualidade, álcool e drogas, internet, violência e emoções. Olha só o que o Dr. Jairo Bouer, expert no assunto, tem a dizer:

tt: Pra você, o perfil do adolescente está mudando cada vez mais rápido?
Eles mudam rápido, principalmente em função das mídias digitais e redes sociais. Novos hábitos e costumes surgem e desaparecem. Mas o que constitui mesmo o “ser jovem” muda mais lentamente.

tt: Em 2006, 75,5% dos jovens entrevistados já tinham bebido pelo menos uma vez na vida. É um índice alto… O que você acha que influencia o jovem a beber?
Acho que eles bebem mais cedo e em maior quantidade hoje do que nas gerações anteriores. Outras pesquisas apontam a mesma direção. Acredito que a exposição à publicidade, hábito entre amigos, famílias que bebem e permitem que os filhos bebam são componentes que ajudam a entender essa história.

tt: Segundo a mesma pesquisa, a maioria (56%) das garotas não gostam do que veem no espelho. Que dica você daria para uma adolescente que não se aceita como é?
É uma fase de mudanças, assim insatisfações e frustrações são parte desse período. É importante saber conviver com essas emoções, ainda mais em uma sociedade que cobra tanto alguns padrões de beleza e comportamento. Para as meninas que sentem fortes prejuízos ou transtornos, recomendo mesmo conversar com um profissional (terapeuta).

tt: Como meninos e meninas encaram a vida sexual?
Os garotos são mais precoces e variam mais de parcerias do que as garotas, mas as garotas também estão menos românticas e mais pragmáticas. Embora, o jeito de elas encararem sexo ainda é mais ligado a vínculos emocionais do que os garotos. Elas buscam um parceiro ideal, eles ainda caçam oportunidades. Isso falando de uma maneira bem geral.

tt: Você trabalha com pesquisas sobre o público adolescente há tempos. Na sua opinião, o adolescente de hoje é completamente diferente do de 20 anos atrás?
Acho que algumas coisas não mudam. Ser adolescente é passar por situações e conflitos que são naturais dessa fase da vida. Isso hoje ou há 20 anos. Mas é lógico que as tecnologias e as mudanças da sociedade fazem com que esse jovem de hoje tenha particularidades.

Texto e entrevista: Liliane de Lucena

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